domingo, 5 de dezembro de 2010

domingo, 21 de novembro de 2010

A produção musical performática de Lady Gaga e polifonia

Tecendo relações entre os conceitos do Curso Cidade Polifônica, Culturas Juvenis e Arte Digital, do professor Massimo Canevacci - novembro de 2010


Aline Bogoni Costa


sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Memórias da Emília: inquietações de uma alma-boneca

Iracema Munarim - doutoranda Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSC
Rogério Santos Pereira - doutorando Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSC


sábado, 13 de novembro de 2010

Sobre Meshes of the afternoon – Gil Azeredo

O filme de Maya Dheren, Meshes of the afternoon, de 1943 nos apresenta um situação surreal, onírica, que nos prende, nos leva num movimento espiral de desdobramento dos múltiplos da personagem na trama. Estes desdobramentos se relacionam com os níveis dos espaços cênicos: a rua, a escada externa, a sala, a escada interna,  o quarto.

Durante todo o filme a presença marcante das sombras de cada objeto projetadas no chão, nas paredes, nos fazem lembrar de alguma forma o teatro de sombras chinês. Isto se evidencia na técnica de luz arquitetada pela artista.  Nesta película, tudo tem sombra. Ela é uma presença constante. E se não anuncia uma tragicidade,  antecipa uma ação.

A música de Teijo no filme nos reporta a uma poética da fragilidade, mas também de uma marcação que tensiona, introspecta, suspende e joga com a emoção também em niveis cíclicos.

Dheren compõe seu filme de uma maneira reflexiva que torna muito dificil distinguir entre sonho e realidade. Os jogos que faz com espelhos tanto em detalhes de reflexões em objetos, como o metal da faca e os vidros das janelas nos fazem pensar sobre a trasparência dos limiares, e nos trazem poéticas sobre uma existência fragmentada.

O contraponto entre ordem e espontaneidade, entre desejo e morte é a tônica do filme. Porisso, entendo porque ela repete praticamente o mesmo movimento mostrando o diferente numa trajetória semelhante, como numa tentativa de compreenção e de discernimento.

O primeiro movimento cênico nos anuncia como num prólogo sobre o que se sucederá. Seguindo o movimento das imagens, o foco do olhar, da câmera que valoriza uma faca sobre o pão e que cai abrupta em cima da mesa, nos surpreende nos mergulha nos mistérios e desse modo estamos preparados para o desfecho.

A presença importante de certos objetos como o jornal e o telefone abertos, alude para uma comunicação cortada (a garganta),  um trâmite análogo ao movimento de fora pra dentro da casa. Outros objetos como a flor nos dizem muito sobre a personagem, assim como a chave da porta que por várias vezes aparece, ou como referência de um falo, ou de uma fala que penetra e abre, entre perspectivas.

Vida e morte.

A este propósito o espelho que ora configurava seu duplo tanto numa imagem feminina de preto com a flor, quanto na figura de um homem, se quebra por um golpe decisivo e muito refletido. Esta quebra nos fala da efemeridade das coisas, das ilusões, e nos lança no inconsciente de um oceano também espelhado, mas móvel, das possibilidades.

A profundidade da penetração feminina talvez seja a coisa mais invisível.

Gilmar Azeredo - Mestrando em Educação e Comunicação PPGE-UFSC.


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Análise do curta “Meshes of the Afternoon” - Daniela Novelli

“Tramas da Tarde”


Questões importantes para serem discutidas em sala:

1. Autobiografia cinematográfica: O filme é um bom exemplo de trabalho de vanguarda que une o cinema experimental à perspectiva feminista que ficaria conhecida anos mais tarde como feminismo de 2ª onda. Ao ver Deren como protagonista do filme, interpretei como se ela quisesse mostrar o papel político que acabou assumindo dentro da história do cinema americano já na década de 40.

2. Narrativa não-linear: A utilização de uma linguagem subjetiva e fragmentada revela estratégias de seleção, organização e produção de fatos feitas por Deren - personagens, cenários, ângulos de tomada, tempo, espaço, música (film noir). O estranhamento causado desde o inicio do filme nos convida a entrar em uma espécie de outra dimensão da realidade.

3. Questionamento dos papéis homem/mulher: Percebi uma intenção de mostrar a crise de identidade, a histeria, o transe, o ritual doméstico cotidiano como temas presentes nas relações de gênero. Os conflitos da diferença sexual (masculino X feminino) poderiam ser vistos como traumas subconscientes e inconscientes que afligem o sujeito unificado da modernidade, por isso pensei na critica do feminismo psicanalítico, para o qual o sujeito epistêmico clássico aparece fortemente marcado como “masculino”.

Assim, uma perspectiva feminista e psicanalítica pode fornecer uma interpretação do que acontece com a noção de cinema pessoal e autobiográfico quando a pessoa por trás das câmeras é uma mulher e do que acontece com a representação do outro. Pensei na máxima feminista de 2ª onda: "o pessoal é político" quando Deren parece questionar o papel da mulher como objeto e também resultado do desejo, principalmente no final do filme ou quando ela funde o pessoal com a sua experiência como mulher (pensar na repressão ou recusa da dificuldade em relação à própria sexualidade, sentimentos, emoções, ansiedades), mostrada sob a ótica de um expressionismo abstrato, fantasia, surrealismo, das experiências dramáticas e intensas vividas por uma mulher que se encontra em um lugar altamente definido por uma sociedade dominada pelos homens.

A força da representação da visão (quando grandes bolas aparecem no lugar dos olhos de Deren) associada à faca (que segundo a teoria de Freud é / pode ser o falo) evidencia o conflito homem/mulher pela inversão (estranhamento). O sonho pode ser em última análise, uma forma de Deren encontrar sua própria identidade pessoal neste relacionamento convencional. Ela se deixa levar por uma sensação de segurança quando despertada pelo homem e parece também sucumbir aos valores tradicionais de um relacionamento amoroso (heterossexual da década de 50). É quase como se fosse do homem o dever de "salvar" a mulher e fazer tudo melhor. Da mesma forma, é papel da mulher desempenhar uma mulher indefesa, que precisa do homem para protegê-la do perigo. Mas a grande ironia é que justamente quando aceita o “convite” do homem para subir, no final do filme parece desconfiar do mal que ele a faria, anunciado pela figura de capuz (a morte) e apesar de não ficar claro o que exatamente ela faz, fica a sensação de que ela muito possivelmente o matou.

4. Crise da identidade feminina: A famosa imagem de Deren atrás da janela com as mãos contra o vidro me remeteu à clássica representação de uma identidade idealizada de mulher, que provavelmente a própria Deren pretenderia alcançar (jovem, bela, doce, indefesa, sozinha), mas que é profundamente desconstruída no sonho, pois esta é uma cena superada pela força das outras imagens de mulheres ligadas a Deren (curiosa, audaciosa, corajosa, intensa, impressionada, atordoante, histérica, misteriosa). Acabei me questionando se o espelho não seria o correspondente à identidade, assim como a multiplicação do “eu” de Deren pelos vários duplos.

5. Experiência do familiar tornado estranho: Retratada no filme durante a construção da própria narrativa, mostrando alguns conteúdos de sonhos que podem ser compartilhados através da identificação que ocorre com quem assiste, como: perseguir um vulto e nunca alcançar, subir, descer ou cair das escadas de forma desorientada, tentar abrir uma porta com a chave e não conseguir, etc. Entendo que os sonhos foram pensados para ser símbolos do subconsciente, de nossos pensamentos, desejos e sentimentos mais profundos e acredito que essa seja uma perspectiva fundamental do filme. Mas ao mesmo tempo ela se assusta com todos os acontecimentos, como se através dos sonhos fosse a primeira vez que ela realmente percebesse seus sentimentos verdadeiros.

6. Experiência do déjà vu: Destaque para as retomadas constantes de cenas, que ocorrem, por exemplo, quando o homem (Hammid) realiza ações muito semelhantes que a figura encapuzada (morte?) havia feito em um dos níveis do sonho de Deren – subindo e colocando a flor na cama. É como se no segundo momento o homem oferecesse segurança, ao mesmo tempo em que na própria narrativa a mulher não dá sinal algum de confiança nem de prazer. Os objetos inanimados (faca, chave, flor) reaparecem em diversos momentos dos sonhos e acabam transmitindo uma sensação de coadjuvantes simbólicos para intensificar o drama emocional e psicológico da identidade feminina. A flor poderia representar a harmonia, o feminino e a totalidade de sua realização – e por isso tão perseguida por Deren no sonho, mas nunca alcançada; é roubada pela morte e no final é o homem quem a traz para casa, para a cama – e o que acontece? A flor vira a faca...

7. O final trágico: Após a cena em que a flor vira faca (na cama), quando provavelmente ela mata o homem, espelhos quebrados aparecem na praia junto às ondas do mar, representando na minha interpretação que se trata de uma ruptura de uma identidade feminina até então sustentada por Deren na relação. Por isso, no final, quando o marido chega na sala e a vê morta, com os cacos do espelho pelo corpo, fica claro simbolicamente que “a mulher que ele tinha até o momento não existe mais”,ou seja, é como se ela tivesse sido avisada pelos sonhos o quanto ele a fazia mal (acessando inquietações e revelações do seu próprio subconsciente/inconsciente). Como não fica claro se esta última cena é realidade ou ainda sonho, podemos interpretar essa transformação da identidade feminina como simbólica de um renascimento estranho e familiar ao mesmo tempo...

Daniela Novelli – doutoranda no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (UFSC).

Maya Deren - “Meshes of the Afternoon”

Maya Deren


Colaborou com as vanguardas. Explorou o tema do duplo, do fetichismo.  Filme de arte. Lírico, surreal.
Achar a chave para abrir o segredo deste filme é muito difícil.
Meshes of the Afternoon  (1943) 16mm, 14’, p&b, mudo (sonorizado em 1952 por Teiji Ito) - com Alexander Hammid.
A música , acrescentada posteriormente, aumenta a tensão.
Luz – Sombra
Location: rua, escada

O estranho

Sigmund  Freud  - ensaio de 1919 sobre  o conto de Hoffmann


Estranho, aquela categoria de assustador que remete ao que é conhecido, familiar.
Unheimlich - palavra ambígua.
Para Schelling , tudo que deveria ter permanecido secreto, oculto mas veio à luz.

Como o que é conhecido se transforma em estranho?







quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Um conto – Der Sandmann

Etnografia aplicada

- E.T.A. Hoffman 1800 – Der Sandmann – O homem da areia. Rio de Janeiro: Rocco.1986. Coleção Novelas Imortais.
- Freud 1900 –  Unheimlich (1919) -  O Estranho. In FREUD, S. Obras Completas. Tradução de Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 1985, v.12.
- Fetichismos 2000

3 séculos conectados pela leitura etnográfica

Sobre Hoffmann  (1776 – 1822).
Ele tinha um elemento muito antecipador. Não tinha uma formação única. Teve várias experiências profissionais: jurista, dramaturgo, ator de teatro, contista, caricaturista.
Trabalhou muito na relação entre as dimensões psicológicas e jurídica. Seu contexto histórico é significativo:
- nascimento da era industrial: revolução industria, primeiras fábricas, o capitalismo cada vez mais forte na europa,
- a questão do duplo tem como elemento significativo por um lado, uma tradição muito antiga, arcaica, na Europa. Ao mesmo tempo, a reprodutibilidade do duplo. O capitalismo, em sua maneira diferente de trabalhar, em que uma mercadoria é igual à outra, elimina o individual e o artesanal.
A relação entre o artesão e o artista. (como era antes da produção em série, da fábrica)  _______?___: um lugar em q o artista e seus aprendizes moravam e trabalhavam. Cada vez que produz, o artesão faz uma obra. A divisão do trabalho é uma característica do capitalismo, cada um faz uma parte.
Alienação – o produto do trabalho se apresenta como uma potência estranha (a mercadoria) e se reproduz de uma maneira sempre igual (o duplo). O produto final não pertence à experiência do trabalhador.
Esta dinâmica de produzir sempre igual causou um impacto profundo.

a mercadoria é um fetiche

A relação objeto e sujeito se transforma pelo contrário, o que é morto vira vivo e o que vivo é apresentado como morto, como um objeto. (uma circularidade)
Na primeira metade do 800 esta questão é presente. Às vezes, um escritor com a literatura pode apresentar uma questão que será hegêmonica. Apresenta indiretamente. A arte tem esta capacidade tranfigurativa, que transforma… a figura muda de contexto e tb de forma narrativa .
H tem esta capacidade de transfigurar o problema. Outra caracteristica de H : era antimilitarista. Fazia caricaturas críticas sobre o exército. Uma personalidade anárquica.
1817 – na Europa estamos na Restauração. Não é causual que H escreva este conto.
Um período caracterizado pela expansão do capitalismo e pela Restauração.

a capacidade transfigurativa da arte



O conto

Inicia com estilo epistolar.

Personagens:
Natanaelo herói


Schwarzkogler

RUDOLF SCHWARZKOGLER (1940 – 1969) / Activismus


A crueldade contra si mesmo        65-schwarzkogler-s



Criar ligações entre Natanael ( sua personalidade psicologicamente frágil) e expressões atuais.
Criar conexões. Montagem cria uma ponte subjetiva, Schwarkogler tem como ponto perturbativo o olhar, tb Sandamann tem como elemento fundamental os olhos.




A arte tem a capacidade de controlar um problema q se transforma em outro – sublimação.
O conceito de sublime nasce neste período. Algo q ao mesmo tempo é maravilho e cruel, cria um espanto.
A experiência que N conta é comum, qualquer pessoa pode ter uma experiência semelhante. Num tipo frágil a experiência pode ser marcante. É como se a adolescência estivesse presente no adulto. A fragilidade transforma uma experiência comum num problema psicológico.


É um duplo, um esquizóide. duplo


Clara
A potência iluminista da racionalidade. A questão do iluminismo não é uma questão francesa. Na Alemanha, com Kant tinha um ponto alto desta questão teórica.


clara yotsuya-simon-   http://www.super-deluxe.com/2008/05/10/ 
Dolls  - Simon Yotsuda

Porque esta imagem:
- uma boneca q tenta camuflar seu poder de sedução, representa a dialética do esclarecimento.
- a boneca tem elementos fundamentais de fetichismo :: o corpete, sedução ambígua que continua a produzir e reproduzir a relação com homens, mulheres, crianças.

O tipo de racionalidade iluminista não conseguem eliminar a angústia, um desiquilíbrio, o discurso racional não resolve. A racionalidade pura não consegue iluminar as trevas que moram dentro de uma pessoa, sua dimensão psicológica.

Adorno/ Horkheimer :: o tipo de racionalidade ocidental: ler A dialética do esclarecimento.
Ratio: a racionalidade positiva tenta controlar a natureza , assume como inimigo mortal a irracionalidade, a superstição, e vira por sua vez irracionalidade. Tende a se transformar no seu contrário.
Exemplo : Alemanha, país da filosofia clássica vira seu contrário com o nazismo. Um tipo de racionalidade baseada sobre o mito de que a força da cultura grega revivia na Alemanha. Este tipo de mitologia inverte a razão ao contrário.

Carta de Clara – aqui a psicanálise freudina é presente. Antecipador. H é a personificação da dialética do esclarecimento. Tem a capacidade de penetrar nos aspectos mais obscuros, de se abandonar.

Olímpia
A boneca mistura o que é vivo e o que é morto.


doll bellmer                      hans,bellmer

Dolls - Hans Bellmer  (1902 – 1975)
Dadaista, anárquico, dissolutivo, sua arte é muito baseada em bonecas descontroladas, sem harmonia corporal, como se tivessem um corpo desordenado. Desenhou a obra de Baitaille – A história dos olhos.

Porque uma boneca de Bellmer :
- o tipo de desarticulação é uma crítica à beleza baseada na simetria. A destruição da simetria acontece junto com a destruição da perspectiva. (Picasso, entre outros)
- os olhos são parados,  mas têm movimento interior. Meu problema (questão, interesse) é descobrir este tipo de movimento no olhar parado. Uma tristeza, alguma coisa q fugiu.


O pai
O pai é a figura central da autoridade, tem elementos de duplicidade. Sua morte cria elemento compulsivo de culpa em Natanael, como se N tivesse participado indiretamente da morte do pai, fica fixado, relaciona a morte violenta do pai com o conto terrificante da mãe.

( imagem : morfing de um frasco de perfume de Moschino com um corpo másculo.)

Na imagem o atrator fica bem localizado. Um tipo de figura paterna que representa um poder e um ambiguidade.

Um morfing – cultura digital, não é colagem, a colagem é colocar dois códigos que não tem relação nenhuma e criar uma outra coisa. Morfing = herdeiro da colagem, joga com a citação de uma colagem


Coppelius/ Copolla

(imagem  morfing misto de homem e animal, um lobo talvez.)

Figura estranha que penetra na casa de Natanael e tem um nome italiano. Em muitos histórias alemãs o estranho é um italiano.

Wanderer – uma pessoas que viaja, q não consegue ficar, uma crítica contra o industrialismo nascente e contra a lógica positiva. (andarilhos)

Sobre as conexões

As imagens apresentadas são 5 tipos de configurações.
Relações por analogia – se faço uma pesquisa no passado sempre quero fazer uma pesquisa no presente. Crio um diálogo entre Hoffmann, Freud, em parte Marx, em parte o que está acontecendo na contemporaneidade.

Olímpia é viva, a boneca é uma experiência de contemporaneidade.  Natanael é vivo tb: um tipo de fragilidade psicológica, um trauma que é vivido na infância e na adolescência q não é resolvido. Isto é normal . Ele exprime um tipo de anormalidade normal.
Clara é tb contemporânea, com este tipo de comportamento q procura iluminar com a racionalidade reducionista, q não funciona, funciona por pouco tempo, mas depois entra em crise.
A figura paterna mudou, este tipo de figura paterna é muito autorirtária. As análises desde Frankfurt mostram a decadência da figura paterna. É o menos atual dos personagens.
Copellius – a dimensão de um tipo de ciência, de um cientista mau, é muito difundo na cultura popular.

A crítica de Adorno à racionalidade ainda não foi devidamente comprendida. A ciência não se socializa, por muitos motivos. A dificuldade da ciência de dar um tipo de formação na vida cotidiana não funciona. É muito mais fácil um tipo de explicação mitológica e irracional. Alguns elementos da vida cotidiana: morte, doença, amor não pode ser baseados em algum tipo de racionalidade. Por isso não é causal o crescimento de um tipo de curandeiro, das religiões que reproduzem sistemas muito autoritários, irracionais, antidarwinianos.

A antropologia tenta apresentar novamente as perguntas que normalmente se faz: o sentido da vida, da morte, o amor, como enfrentamos e tentamos resolver. Sou totalmente convicto q cada un de nós enfrenta sua fragilidade interna. Como tudo isto se transfigura na epistemologia, se tem alguma que inclua dimensão estética, mitológica. Mito é parte de nossa vida, eu preciso dialogar com elementos míticos dentro de mim e fora de mim.

Autômatos – capacidade de movimento na propria interioridade. O autômato tem interioridade.


pinochio


Pinóchio, Pigmalião
Um dos desejos da arte é transformar coisas em vida. O feticihismo é uma tentativa de transformar o que é morto em vida. Coisas que parecem vivas, os autômatos têm movimento dentro de si, uma mecânica, é orgânico e inorgânico, bonecas de cera. Está presente não só na cultura ocidental

Metrópolis - Fritz Lang
Frankestein – queria amor
Casanova -  Fellini
Buñuel – elaboração de fetichismo.
Uma visão de uma antropologia que não é antropocêntrica envolve animais, plantas.

o fetichismo cruza mercadoria e mito


Petrificação    Reificação    Alienação


(alienação  é especificamente capitalista)
Fetichismo é body-corpse

Walter Benjamim queria libertar de uma condição morta, o conceito de utilidade é uma forma de controle.

Fotografias de bonecas - o olhar das bonecas é uma mistura de esturpor e espanto, a boneca tem a capacidade de favorecer uma montanha de interpretações. Um fragmento de boneca que tem sua fragilidade quebrada  é a utopia de livrar as coisas da autoridade, do passado, ter um relacionamento com as coisas, diferente, trasnfigurado. Livrar as coisa de ser simplesmente útil.
Elemento libertário de fetichismo: metaformose

Natanael – Alienaten


A alienação de Nataniel é dupla, seja psicológica , seja no trabalho. O verdadeiro duplo não é idêntico. O duplo é autônomo do original.


duplo - shinoyama-yotsuya-simon-pygmalionisme-07

DUPLO MERCADORIA FETICHE AMBIGUIDADE MITO

domingo, 3 de outubro de 2010

corpo, tecnologia, art

16.09.2010
A tecnologia é percebida como um instrumento que se agrega ao corpo. Tecnologia como prótese. Esta visão de tecnologia como prótese pode ter funcionando no passado, mas hoje não funciona.
Hoje a tecnologia  penetra no corpo.  Particularmente a tecnologia digital. Foi legitimada em Kassel Post Human 94.


Por pós- humano compreende-se  que uma pessoa não é mais determinada pelas características  clássicas (orgânicas) mas por um tipo de hibridização.

A identidade pós humana é uma subjetividade expandida por um cruzamento digital.



O conceito precisa pensar o problema da individualidade. O antigo dualismo humana exatas tb não funciona. Transitividade.


torres-islandia--divulgacao


O escritório norte-americano COI + Shine foi o vencedor do prêmio da Boston Society of Architects Unbuilt Architecture deste ano, divulgado nesta semana. O projeto, chamado "Terra dos Gigantes", propõe estetizar as torres de transmissão da companhia de energia da Islândia, na Europa.



 Nam June Paik -  Movimento Fluxus


paik
Sobre o que medita buda? Será q ele sabe q é ele mesmo  refletido?
A própria corporalidade é uma ilusão. O que é ilusão? Mito de narciso.

Foi o primeiro a criar um tipo de evento q podemos dizer global - uma dimensão de global é q através da tecnologia o espaço e o tempo não tem aquela divisão q tinha. O global muda a relação espaço tempo. Pela primeira vez um evento q não tinha a metropole como referência, tinha a tecnologia.






Charlotte Moorman - Movimento Fluxus





David Cronemberg
Videodrome  lançado em 84 ( Kassel chega dez anos depois) um filme sobre cruzamento de humano e tecnologia





Videodrome  (trailer

Zaha Hadid
Arquiteta anglo iraniana,  formas inovadoras, um tipo de design  q mistura fashion e arquitetura. O espaço arquitetônico é movimentado, um movimento estético.

zaha-abu-dhabi1                            zaha-abu-dhabi2


Lady Gaga
Cria um tipo de mistura diferente de Madona , além da dimensão pop, cita Madona e cria um tipo de fashion que  a música  é interconectada ao corpo dela. É como se a música se pudesse escutar olhando a roupa dela. Um tipo de simetria.



TRANSITIVIDADE    PÓS HUMANO   HÍBRIDO