domingo, 5 de dezembro de 2010

domingo, 21 de novembro de 2010

A produção musical performática de Lady Gaga e polifonia

Tecendo relações entre os conceitos do Curso Cidade Polifônica, Culturas Juvenis e Arte Digital, do professor Massimo Canevacci - novembro de 2010


Aline Bogoni Costa


sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Memórias da Emília: inquietações de uma alma-boneca

Iracema Munarim - doutoranda Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSC
Rogério Santos Pereira - doutorando Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSC


sábado, 13 de novembro de 2010

Sobre Meshes of the afternoon – Gil Azeredo

O filme de Maya Dheren, Meshes of the afternoon, de 1943 nos apresenta um situação surreal, onírica, que nos prende, nos leva num movimento espiral de desdobramento dos múltiplos da personagem na trama. Estes desdobramentos se relacionam com os níveis dos espaços cênicos: a rua, a escada externa, a sala, a escada interna,  o quarto.

Durante todo o filme a presença marcante das sombras de cada objeto projetadas no chão, nas paredes, nos fazem lembrar de alguma forma o teatro de sombras chinês. Isto se evidencia na técnica de luz arquitetada pela artista.  Nesta película, tudo tem sombra. Ela é uma presença constante. E se não anuncia uma tragicidade,  antecipa uma ação.

A música de Teijo no filme nos reporta a uma poética da fragilidade, mas também de uma marcação que tensiona, introspecta, suspende e joga com a emoção também em niveis cíclicos.

Dheren compõe seu filme de uma maneira reflexiva que torna muito dificil distinguir entre sonho e realidade. Os jogos que faz com espelhos tanto em detalhes de reflexões em objetos, como o metal da faca e os vidros das janelas nos fazem pensar sobre a trasparência dos limiares, e nos trazem poéticas sobre uma existência fragmentada.

O contraponto entre ordem e espontaneidade, entre desejo e morte é a tônica do filme. Porisso, entendo porque ela repete praticamente o mesmo movimento mostrando o diferente numa trajetória semelhante, como numa tentativa de compreenção e de discernimento.

O primeiro movimento cênico nos anuncia como num prólogo sobre o que se sucederá. Seguindo o movimento das imagens, o foco do olhar, da câmera que valoriza uma faca sobre o pão e que cai abrupta em cima da mesa, nos surpreende nos mergulha nos mistérios e desse modo estamos preparados para o desfecho.

A presença importante de certos objetos como o jornal e o telefone abertos, alude para uma comunicação cortada (a garganta),  um trâmite análogo ao movimento de fora pra dentro da casa. Outros objetos como a flor nos dizem muito sobre a personagem, assim como a chave da porta que por várias vezes aparece, ou como referência de um falo, ou de uma fala que penetra e abre, entre perspectivas.

Vida e morte.

A este propósito o espelho que ora configurava seu duplo tanto numa imagem feminina de preto com a flor, quanto na figura de um homem, se quebra por um golpe decisivo e muito refletido. Esta quebra nos fala da efemeridade das coisas, das ilusões, e nos lança no inconsciente de um oceano também espelhado, mas móvel, das possibilidades.

A profundidade da penetração feminina talvez seja a coisa mais invisível.

Gilmar Azeredo - Mestrando em Educação e Comunicação PPGE-UFSC.


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Análise do curta “Meshes of the Afternoon” - Daniela Novelli

“Tramas da Tarde”


Questões importantes para serem discutidas em sala:

1. Autobiografia cinematográfica: O filme é um bom exemplo de trabalho de vanguarda que une o cinema experimental à perspectiva feminista que ficaria conhecida anos mais tarde como feminismo de 2ª onda. Ao ver Deren como protagonista do filme, interpretei como se ela quisesse mostrar o papel político que acabou assumindo dentro da história do cinema americano já na década de 40.

2. Narrativa não-linear: A utilização de uma linguagem subjetiva e fragmentada revela estratégias de seleção, organização e produção de fatos feitas por Deren - personagens, cenários, ângulos de tomada, tempo, espaço, música (film noir). O estranhamento causado desde o inicio do filme nos convida a entrar em uma espécie de outra dimensão da realidade.

3. Questionamento dos papéis homem/mulher: Percebi uma intenção de mostrar a crise de identidade, a histeria, o transe, o ritual doméstico cotidiano como temas presentes nas relações de gênero. Os conflitos da diferença sexual (masculino X feminino) poderiam ser vistos como traumas subconscientes e inconscientes que afligem o sujeito unificado da modernidade, por isso pensei na critica do feminismo psicanalítico, para o qual o sujeito epistêmico clássico aparece fortemente marcado como “masculino”.

Assim, uma perspectiva feminista e psicanalítica pode fornecer uma interpretação do que acontece com a noção de cinema pessoal e autobiográfico quando a pessoa por trás das câmeras é uma mulher e do que acontece com a representação do outro. Pensei na máxima feminista de 2ª onda: "o pessoal é político" quando Deren parece questionar o papel da mulher como objeto e também resultado do desejo, principalmente no final do filme ou quando ela funde o pessoal com a sua experiência como mulher (pensar na repressão ou recusa da dificuldade em relação à própria sexualidade, sentimentos, emoções, ansiedades), mostrada sob a ótica de um expressionismo abstrato, fantasia, surrealismo, das experiências dramáticas e intensas vividas por uma mulher que se encontra em um lugar altamente definido por uma sociedade dominada pelos homens.

A força da representação da visão (quando grandes bolas aparecem no lugar dos olhos de Deren) associada à faca (que segundo a teoria de Freud é / pode ser o falo) evidencia o conflito homem/mulher pela inversão (estranhamento). O sonho pode ser em última análise, uma forma de Deren encontrar sua própria identidade pessoal neste relacionamento convencional. Ela se deixa levar por uma sensação de segurança quando despertada pelo homem e parece também sucumbir aos valores tradicionais de um relacionamento amoroso (heterossexual da década de 50). É quase como se fosse do homem o dever de "salvar" a mulher e fazer tudo melhor. Da mesma forma, é papel da mulher desempenhar uma mulher indefesa, que precisa do homem para protegê-la do perigo. Mas a grande ironia é que justamente quando aceita o “convite” do homem para subir, no final do filme parece desconfiar do mal que ele a faria, anunciado pela figura de capuz (a morte) e apesar de não ficar claro o que exatamente ela faz, fica a sensação de que ela muito possivelmente o matou.

4. Crise da identidade feminina: A famosa imagem de Deren atrás da janela com as mãos contra o vidro me remeteu à clássica representação de uma identidade idealizada de mulher, que provavelmente a própria Deren pretenderia alcançar (jovem, bela, doce, indefesa, sozinha), mas que é profundamente desconstruída no sonho, pois esta é uma cena superada pela força das outras imagens de mulheres ligadas a Deren (curiosa, audaciosa, corajosa, intensa, impressionada, atordoante, histérica, misteriosa). Acabei me questionando se o espelho não seria o correspondente à identidade, assim como a multiplicação do “eu” de Deren pelos vários duplos.

5. Experiência do familiar tornado estranho: Retratada no filme durante a construção da própria narrativa, mostrando alguns conteúdos de sonhos que podem ser compartilhados através da identificação que ocorre com quem assiste, como: perseguir um vulto e nunca alcançar, subir, descer ou cair das escadas de forma desorientada, tentar abrir uma porta com a chave e não conseguir, etc. Entendo que os sonhos foram pensados para ser símbolos do subconsciente, de nossos pensamentos, desejos e sentimentos mais profundos e acredito que essa seja uma perspectiva fundamental do filme. Mas ao mesmo tempo ela se assusta com todos os acontecimentos, como se através dos sonhos fosse a primeira vez que ela realmente percebesse seus sentimentos verdadeiros.

6. Experiência do déjà vu: Destaque para as retomadas constantes de cenas, que ocorrem, por exemplo, quando o homem (Hammid) realiza ações muito semelhantes que a figura encapuzada (morte?) havia feito em um dos níveis do sonho de Deren – subindo e colocando a flor na cama. É como se no segundo momento o homem oferecesse segurança, ao mesmo tempo em que na própria narrativa a mulher não dá sinal algum de confiança nem de prazer. Os objetos inanimados (faca, chave, flor) reaparecem em diversos momentos dos sonhos e acabam transmitindo uma sensação de coadjuvantes simbólicos para intensificar o drama emocional e psicológico da identidade feminina. A flor poderia representar a harmonia, o feminino e a totalidade de sua realização – e por isso tão perseguida por Deren no sonho, mas nunca alcançada; é roubada pela morte e no final é o homem quem a traz para casa, para a cama – e o que acontece? A flor vira a faca...

7. O final trágico: Após a cena em que a flor vira faca (na cama), quando provavelmente ela mata o homem, espelhos quebrados aparecem na praia junto às ondas do mar, representando na minha interpretação que se trata de uma ruptura de uma identidade feminina até então sustentada por Deren na relação. Por isso, no final, quando o marido chega na sala e a vê morta, com os cacos do espelho pelo corpo, fica claro simbolicamente que “a mulher que ele tinha até o momento não existe mais”,ou seja, é como se ela tivesse sido avisada pelos sonhos o quanto ele a fazia mal (acessando inquietações e revelações do seu próprio subconsciente/inconsciente). Como não fica claro se esta última cena é realidade ou ainda sonho, podemos interpretar essa transformação da identidade feminina como simbólica de um renascimento estranho e familiar ao mesmo tempo...

Daniela Novelli – doutoranda no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (UFSC).

Maya Deren - “Meshes of the Afternoon”

Maya Deren


Colaborou com as vanguardas. Explorou o tema do duplo, do fetichismo.  Filme de arte. Lírico, surreal.
Achar a chave para abrir o segredo deste filme é muito difícil.
Meshes of the Afternoon  (1943) 16mm, 14’, p&b, mudo (sonorizado em 1952 por Teiji Ito) - com Alexander Hammid.
A música , acrescentada posteriormente, aumenta a tensão.
Luz – Sombra
Location: rua, escada

O estranho

Sigmund  Freud  - ensaio de 1919 sobre  o conto de Hoffmann


Estranho, aquela categoria de assustador que remete ao que é conhecido, familiar.
Unheimlich - palavra ambígua.
Para Schelling , tudo que deveria ter permanecido secreto, oculto mas veio à luz.

Como o que é conhecido se transforma em estranho?







quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Um conto – Der Sandmann

Etnografia aplicada

- E.T.A. Hoffman 1800 – Der Sandmann – O homem da areia. Rio de Janeiro: Rocco.1986. Coleção Novelas Imortais.
- Freud 1900 –  Unheimlich (1919) -  O Estranho. In FREUD, S. Obras Completas. Tradução de Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 1985, v.12.
- Fetichismos 2000

3 séculos conectados pela leitura etnográfica

Sobre Hoffmann  (1776 – 1822).
Ele tinha um elemento muito antecipador. Não tinha uma formação única. Teve várias experiências profissionais: jurista, dramaturgo, ator de teatro, contista, caricaturista.
Trabalhou muito na relação entre as dimensões psicológicas e jurídica. Seu contexto histórico é significativo:
- nascimento da era industrial: revolução industria, primeiras fábricas, o capitalismo cada vez mais forte na europa,
- a questão do duplo tem como elemento significativo por um lado, uma tradição muito antiga, arcaica, na Europa. Ao mesmo tempo, a reprodutibilidade do duplo. O capitalismo, em sua maneira diferente de trabalhar, em que uma mercadoria é igual à outra, elimina o individual e o artesanal.
A relação entre o artesão e o artista. (como era antes da produção em série, da fábrica)  _______?___: um lugar em q o artista e seus aprendizes moravam e trabalhavam. Cada vez que produz, o artesão faz uma obra. A divisão do trabalho é uma característica do capitalismo, cada um faz uma parte.
Alienação – o produto do trabalho se apresenta como uma potência estranha (a mercadoria) e se reproduz de uma maneira sempre igual (o duplo). O produto final não pertence à experiência do trabalhador.
Esta dinâmica de produzir sempre igual causou um impacto profundo.

a mercadoria é um fetiche

A relação objeto e sujeito se transforma pelo contrário, o que é morto vira vivo e o que vivo é apresentado como morto, como um objeto. (uma circularidade)
Na primeira metade do 800 esta questão é presente. Às vezes, um escritor com a literatura pode apresentar uma questão que será hegêmonica. Apresenta indiretamente. A arte tem esta capacidade tranfigurativa, que transforma… a figura muda de contexto e tb de forma narrativa .
H tem esta capacidade de transfigurar o problema. Outra caracteristica de H : era antimilitarista. Fazia caricaturas críticas sobre o exército. Uma personalidade anárquica.
1817 – na Europa estamos na Restauração. Não é causual que H escreva este conto.
Um período caracterizado pela expansão do capitalismo e pela Restauração.

a capacidade transfigurativa da arte



O conto

Inicia com estilo epistolar.

Personagens:
Natanaelo herói


Schwarzkogler

RUDOLF SCHWARZKOGLER (1940 – 1969) / Activismus


A crueldade contra si mesmo        65-schwarzkogler-s



Criar ligações entre Natanael ( sua personalidade psicologicamente frágil) e expressões atuais.
Criar conexões. Montagem cria uma ponte subjetiva, Schwarkogler tem como ponto perturbativo o olhar, tb Sandamann tem como elemento fundamental os olhos.




A arte tem a capacidade de controlar um problema q se transforma em outro – sublimação.
O conceito de sublime nasce neste período. Algo q ao mesmo tempo é maravilho e cruel, cria um espanto.
A experiência que N conta é comum, qualquer pessoa pode ter uma experiência semelhante. Num tipo frágil a experiência pode ser marcante. É como se a adolescência estivesse presente no adulto. A fragilidade transforma uma experiência comum num problema psicológico.


É um duplo, um esquizóide. duplo


Clara
A potência iluminista da racionalidade. A questão do iluminismo não é uma questão francesa. Na Alemanha, com Kant tinha um ponto alto desta questão teórica.


clara yotsuya-simon-   http://www.super-deluxe.com/2008/05/10/ 
Dolls  - Simon Yotsuda

Porque esta imagem:
- uma boneca q tenta camuflar seu poder de sedução, representa a dialética do esclarecimento.
- a boneca tem elementos fundamentais de fetichismo :: o corpete, sedução ambígua que continua a produzir e reproduzir a relação com homens, mulheres, crianças.

O tipo de racionalidade iluminista não conseguem eliminar a angústia, um desiquilíbrio, o discurso racional não resolve. A racionalidade pura não consegue iluminar as trevas que moram dentro de uma pessoa, sua dimensão psicológica.

Adorno/ Horkheimer :: o tipo de racionalidade ocidental: ler A dialética do esclarecimento.
Ratio: a racionalidade positiva tenta controlar a natureza , assume como inimigo mortal a irracionalidade, a superstição, e vira por sua vez irracionalidade. Tende a se transformar no seu contrário.
Exemplo : Alemanha, país da filosofia clássica vira seu contrário com o nazismo. Um tipo de racionalidade baseada sobre o mito de que a força da cultura grega revivia na Alemanha. Este tipo de mitologia inverte a razão ao contrário.

Carta de Clara – aqui a psicanálise freudina é presente. Antecipador. H é a personificação da dialética do esclarecimento. Tem a capacidade de penetrar nos aspectos mais obscuros, de se abandonar.

Olímpia
A boneca mistura o que é vivo e o que é morto.


doll bellmer                      hans,bellmer

Dolls - Hans Bellmer  (1902 – 1975)
Dadaista, anárquico, dissolutivo, sua arte é muito baseada em bonecas descontroladas, sem harmonia corporal, como se tivessem um corpo desordenado. Desenhou a obra de Baitaille – A história dos olhos.

Porque uma boneca de Bellmer :
- o tipo de desarticulação é uma crítica à beleza baseada na simetria. A destruição da simetria acontece junto com a destruição da perspectiva. (Picasso, entre outros)
- os olhos são parados,  mas têm movimento interior. Meu problema (questão, interesse) é descobrir este tipo de movimento no olhar parado. Uma tristeza, alguma coisa q fugiu.


O pai
O pai é a figura central da autoridade, tem elementos de duplicidade. Sua morte cria elemento compulsivo de culpa em Natanael, como se N tivesse participado indiretamente da morte do pai, fica fixado, relaciona a morte violenta do pai com o conto terrificante da mãe.

( imagem : morfing de um frasco de perfume de Moschino com um corpo másculo.)

Na imagem o atrator fica bem localizado. Um tipo de figura paterna que representa um poder e um ambiguidade.

Um morfing – cultura digital, não é colagem, a colagem é colocar dois códigos que não tem relação nenhuma e criar uma outra coisa. Morfing = herdeiro da colagem, joga com a citação de uma colagem


Coppelius/ Copolla

(imagem  morfing misto de homem e animal, um lobo talvez.)

Figura estranha que penetra na casa de Natanael e tem um nome italiano. Em muitos histórias alemãs o estranho é um italiano.

Wanderer – uma pessoas que viaja, q não consegue ficar, uma crítica contra o industrialismo nascente e contra a lógica positiva. (andarilhos)

Sobre as conexões

As imagens apresentadas são 5 tipos de configurações.
Relações por analogia – se faço uma pesquisa no passado sempre quero fazer uma pesquisa no presente. Crio um diálogo entre Hoffmann, Freud, em parte Marx, em parte o que está acontecendo na contemporaneidade.

Olímpia é viva, a boneca é uma experiência de contemporaneidade.  Natanael é vivo tb: um tipo de fragilidade psicológica, um trauma que é vivido na infância e na adolescência q não é resolvido. Isto é normal . Ele exprime um tipo de anormalidade normal.
Clara é tb contemporânea, com este tipo de comportamento q procura iluminar com a racionalidade reducionista, q não funciona, funciona por pouco tempo, mas depois entra em crise.
A figura paterna mudou, este tipo de figura paterna é muito autorirtária. As análises desde Frankfurt mostram a decadência da figura paterna. É o menos atual dos personagens.
Copellius – a dimensão de um tipo de ciência, de um cientista mau, é muito difundo na cultura popular.

A crítica de Adorno à racionalidade ainda não foi devidamente comprendida. A ciência não se socializa, por muitos motivos. A dificuldade da ciência de dar um tipo de formação na vida cotidiana não funciona. É muito mais fácil um tipo de explicação mitológica e irracional. Alguns elementos da vida cotidiana: morte, doença, amor não pode ser baseados em algum tipo de racionalidade. Por isso não é causal o crescimento de um tipo de curandeiro, das religiões que reproduzem sistemas muito autoritários, irracionais, antidarwinianos.

A antropologia tenta apresentar novamente as perguntas que normalmente se faz: o sentido da vida, da morte, o amor, como enfrentamos e tentamos resolver. Sou totalmente convicto q cada un de nós enfrenta sua fragilidade interna. Como tudo isto se transfigura na epistemologia, se tem alguma que inclua dimensão estética, mitológica. Mito é parte de nossa vida, eu preciso dialogar com elementos míticos dentro de mim e fora de mim.

Autômatos – capacidade de movimento na propria interioridade. O autômato tem interioridade.


pinochio


Pinóchio, Pigmalião
Um dos desejos da arte é transformar coisas em vida. O feticihismo é uma tentativa de transformar o que é morto em vida. Coisas que parecem vivas, os autômatos têm movimento dentro de si, uma mecânica, é orgânico e inorgânico, bonecas de cera. Está presente não só na cultura ocidental

Metrópolis - Fritz Lang
Frankestein – queria amor
Casanova -  Fellini
Buñuel – elaboração de fetichismo.
Uma visão de uma antropologia que não é antropocêntrica envolve animais, plantas.

o fetichismo cruza mercadoria e mito


Petrificação    Reificação    Alienação


(alienação  é especificamente capitalista)
Fetichismo é body-corpse

Walter Benjamim queria libertar de uma condição morta, o conceito de utilidade é uma forma de controle.

Fotografias de bonecas - o olhar das bonecas é uma mistura de esturpor e espanto, a boneca tem a capacidade de favorecer uma montanha de interpretações. Um fragmento de boneca que tem sua fragilidade quebrada  é a utopia de livrar as coisas da autoridade, do passado, ter um relacionamento com as coisas, diferente, trasnfigurado. Livrar as coisa de ser simplesmente útil.
Elemento libertário de fetichismo: metaformose

Natanael – Alienaten


A alienação de Nataniel é dupla, seja psicológica , seja no trabalho. O verdadeiro duplo não é idêntico. O duplo é autônomo do original.


duplo - shinoyama-yotsuya-simon-pygmalionisme-07

DUPLO MERCADORIA FETICHE AMBIGUIDADE MITO

domingo, 3 de outubro de 2010

corpo, tecnologia, art

16.09.2010
A tecnologia é percebida como um instrumento que se agrega ao corpo. Tecnologia como prótese. Esta visão de tecnologia como prótese pode ter funcionando no passado, mas hoje não funciona.
Hoje a tecnologia  penetra no corpo.  Particularmente a tecnologia digital. Foi legitimada em Kassel Post Human 94.


Por pós- humano compreende-se  que uma pessoa não é mais determinada pelas características  clássicas (orgânicas) mas por um tipo de hibridização.

A identidade pós humana é uma subjetividade expandida por um cruzamento digital.



O conceito precisa pensar o problema da individualidade. O antigo dualismo humana exatas tb não funciona. Transitividade.


torres-islandia--divulgacao


O escritório norte-americano COI + Shine foi o vencedor do prêmio da Boston Society of Architects Unbuilt Architecture deste ano, divulgado nesta semana. O projeto, chamado "Terra dos Gigantes", propõe estetizar as torres de transmissão da companhia de energia da Islândia, na Europa.



 Nam June Paik -  Movimento Fluxus


paik
Sobre o que medita buda? Será q ele sabe q é ele mesmo  refletido?
A própria corporalidade é uma ilusão. O que é ilusão? Mito de narciso.

Foi o primeiro a criar um tipo de evento q podemos dizer global - uma dimensão de global é q através da tecnologia o espaço e o tempo não tem aquela divisão q tinha. O global muda a relação espaço tempo. Pela primeira vez um evento q não tinha a metropole como referência, tinha a tecnologia.






Charlotte Moorman - Movimento Fluxus





David Cronemberg
Videodrome  lançado em 84 ( Kassel chega dez anos depois) um filme sobre cruzamento de humano e tecnologia





Videodrome  (trailer

Zaha Hadid
Arquiteta anglo iraniana,  formas inovadoras, um tipo de design  q mistura fashion e arquitetura. O espaço arquitetônico é movimentado, um movimento estético.

zaha-abu-dhabi1                            zaha-abu-dhabi2


Lady Gaga
Cria um tipo de mistura diferente de Madona , além da dimensão pop, cita Madona e cria um tipo de fashion que  a música  é interconectada ao corpo dela. É como se a música se pudesse escutar olhando a roupa dela. Um tipo de simetria.



TRANSITIVIDADE    PÓS HUMANO   HÍBRIDO  


sábado, 2 de outubro de 2010

tempory art


Clemente Susini 
Um tipo de cruzamento transdisciplinar desde o início - Iluminismo.
Por motivações pedagógicas, estava estudando a anatomia do corpo humano, começou  a criar bonecas.
Arte e ciência estão interligadas - a distinção entre as duas reforça uma limite de nossa cultura, Susini cria bonecas de cera, estudos de anatomia e arte.



Nele Azevedo


  temporário::flutuante, não cria uma revolução, os projetos não duram

Referência  do conceito temporário: Hakin Bay  //  Zonas Autônomas Temporárias
Entrevista com Hakim Bey na High Times Magazine

É temporário o que está no fluxo da metrópole.

Não existe uma única matéria para criar uma obra de arte - a materialidade muda tb por outro motivo,  q é tb muito contemporâneo - a relação entre materialidade::imaterialidade, dualismo colocado em crise.
A liquificação de uma obra é tb sua destruição. Conceito de líquido, coisa flutuante, não é uma identidade clara.

A dimensão líquida está no fluxo do temporário.

Metamorfose
O processo de metamofose é a obra, obra de arte processual, a obra não tem significado em si.
Em Nele, a obra que é reproduzível vira irreproduzivel - bonecas de gelo feitas em formas, mas q derretem, desmancham.
Mistura cultura urbana e comunicação digital.
A metamorfose é o destino da obra de arte. A metamorfose  é metafísica - uma física que se metamorfisa.
Outro aspecto: a relação com as pessoas. A pessoa não fica de fora. Pode entrar na cena da arte.
Harmonia
Não há harmonia. A matriz grega - a beleza é o bem, neste tipo de arte tudo isto morre. Cada estátua de gelo  é desarmônica, e por ser  desarmônica dá um sentido de temporalidade.
O que é público: na modernidade tinhamos clareza sobre a dialética público - privado. Um conflito. A praça é um espaço típico deste conflito. A cidade moderna é baseada neste tipo de conflito.
Public art não está relacionada a este conceito de público (com esse conflito). Na metrópole contemporânea há uma confusão entre os conceitos público - privado.
Novo conceito de público, Publicidade. Publicidade::comunicação
A diferença entre público e privado. A mestiçagem de público e privado está criando um novo desafio, conflito para as ciências sociais e tb para os artistas.
Tempory Art

A experiência da morte como metamorfose é presente.
É dramático, leve.

etnografia aplicada


DEPERO 
Fortunato Depero ( 1892 - 1960)  pintor futurista , escritor, escultor e designer gráfico.
20071223-Bitter Campari (Jester lg), 1921       campari 1 

A relação entre publicidade, música, arquitetura e cinema: CUMPLICIDADE
Crescimento da dimensão fetichista - o corpo. Penetrar na proliferação dos fetichismos visuais contemporâneo é o desafio da clínica .

Obras em que a metrópole pulsa

Anihs-Kapoor
anish

Kapoor: "A dimensão de suas esculturas, explica, tem tudo a ver com os seus significados e nada com a tradição. “Democracia pede outro tipo de atitude, outro tipo de arte, não a dos heróis, dos grandes portais”, afirma.  “Trabalho o espaço, não como Brancusi (escultor italiano modernista) cujo espaço era a representação política do progresso do século 20, mas o espaço ligado ao momento íntimo do processo artístico”. (http://tinyurl.com/2g4x344)

 L Spuybroek



DtowerNOX

A torre-D interactiva colorida de vermelho indicando que o
 amor é a emoção mais intensamente experimentada nesse momento.
 Doetinchem, Holanda.


É uma sensibilidade nova.

Nam june paik
paik
TV Buddha (1974) Closed Circuit video installation with bronze sculpture

TV CelloTV cello

more the better
Quanto mais melhor, (1988) Três instalação de vídeo de canal com 1.003 monitores
 e estrutura de aço, cor, som, aprox. 60 m. de altura.


Public art - o público não é espectador

Eu crio um elemento temporário e a reação do público faz parte da obra. É performática.



Grafite
Um grupo de afroamericanos coloca  a própria  identidade mutante para transformar todo o tecido da metróple. Tinha a capacidade de comunicar a vida de um tipo de juventude que não era comunicado.
Um tipo de sensibilidade, de tendência que não era minoritária, uma minoria não minoritária, enfrentando alguns elementos da condição de juventude.
A experiência de uma metrópole q te coloca à margem - a marginalização vira a condição para criar um momento q não é marginal. A metrópole contemporânea mistura centro e periferia, é como mancha de leopardo, se movimenta, flutua. Os locais podem se transformar em periféricos e centrais.
Flutuação
Os grafiteiro iniciais não estão matando uma identidade mas criando uma nova identidade, um florecer de identidades. Um artista flutua em suas dentidades
Uma dimensão cultural mais aberta acontece em vários locais do mundo, não é apenas étnico, identitário.
A metrópole é produzida, uma produção q não é só material, é comunicacional, uma mistura de material e imaterial.

Street art 

Blu
 
Cria em fábricas desativadas (pode vir a ser fábrica de novo). Não é mais grafite, não utiliza apeans spray, utiliza a pintura digital. Temporária
O digital é temporário - desaparece.

COMBO a collaborative animation by Blu and David Ellis (2 times loop) from blu on Vimeo.

blu1
Como uma criança deformada - uma criança velha, que cresceu demais.

Metrópole  Comunicacional    Flutuação     Fluxo      Pulsação 

Sobre a experiência etnográfica 

A primeira experiência: conhecer a metrópole, escolher uma parte (área) q tenha a potencialidade metamórfica. Nosso olhar pode transformar, isto é uma sensibilidade q dá para aprender. Tb posso escrever sobre isto (sobre a experiência), não há uma única linguagem para expressar a experiêcia etnográfica.
Significa entender lugares metamórficos e interstícios = lugares q estão in between, pode ser temporário, onde alguma subjetivida está criando uma experiência. O interstício é onde se experimenta algumas coisas que tem uma amplitude de experiência. 
Entender onde fica o interstício. Recusar a experiência mainstream da contemporaneidade. É marginal mas não é zona de exclusão. Pode ser temporário. Raves são totalmente temporárias. Grupos minoritários como a juventude q criaram uma sensibilidade metropolitana.

É marginal mas não é zona de exclusão.
A pesquisa não reproduz a realidade.
Carpinteiro por profissão e artista nas horas vagas, Dalton Ghetti esculpe na ponta do lápis desenhos quase imperceptíveis e delicados, mas, com um significado imenso.

     dalton-ghetti-amazing-pencil-art-5_9Aavk_11446          dalton-ghetti-amazing-pencil-art-4_El99V_11446
       
 Sandrine Estrade Boulet
As coisas se transformam em outras coisas. Os artistas nos ensinam q cada elemento pode ser outro, nada é fixo.

carnac   sandrine
Polifônica e polissêmica .

Metrópole comunicacional    Flutuação     Fluxo      Pulsação 

Sobre o estupor

(Imagem – fotografia de uma mulher em estado de estupor diante de obra de Modigliani)
Modigliani - não utiliza a perspectiva, influência da pintura japonesa e arte africana.

A beleza do corpo humano provoca estupor no espectador. A corporalidade no estupor é baseada na porosidade, o corpo inteiro se abre para se penetrar, ser penetrado pela obra de arte. Um movimento em parte espontâneo, o estupor abre o corpo para o que é estranho, o q não pertence a sua própria visão.
O corpo é posicionado em relação ao que é estranho, ao que está fora, está fora da experiência do sujeito, este radicalmente outro, o sujeito se abre porque é posicionado sobre o desejo. Isto é desejar o desconhecido.
O preconceito acontece porque não se conhece o outro. No  estupor eu posiciono meu corpo em relação ao estranho como desejo -  é uma zona liminal (de limite), onde eu sou ainda o que fui, mas o q está acontecendo está me invadindo. A zona liminal é o momento mais delicado, o rito de iniciação de muitas culturas: uma parte da minha experiência é certa (conhecida por mim), mas estou virando outro.

A zona liminal é um espaço/tempo de suspensão.


Se tenho um desejo sobre o estranho, eu posso …
Um minuto depois acontece a mudança de identidade .
A obra de arte não permite q eu fique o mesmo, é um desafio que te leva além, um território desconhecido.
É perturbativa, te coloca em crise.

Observar como se fosse a primeira vez.

Estupor - eu me coloco na frente da obra como se fosse a primeira vez, restabelecer uma ligação liminal, solitário, na minha radical autonomia em frente de outra autonomia, a subjetividade da obra está na minha frente.
A arte não pode virar escola- um desafio dramático do artista que tem q ir além da obra criada. O mesmo acontece com o conhecimento:  uma grande verdade deve ser criticada.
Nada fica parado. A obra de arte modifica a identidade porque é incorporada.

Na minha absoluta solidão eu me coloco no estupor.


Cena  ( leitura da foto)  Dimensão metacomunnicacional
1 nível - tela
2 nível - mulher olhando - metacomunciação
3 nível o fotógrafo que parece fotografando a mulher meta /metacomunicação
4 nível o fotgrafo que fez a foto
5 nível - nós olhando a fotografia

Níveis diferenciados que se sobrepõem 
O fotógrafo (3 nível) é um ladrão de imagem - não está posicionado sobre o estupor.
Dimensão metacomunicacional:   comunica sobre oa comunicação, na metacomunciação eu posso dizer q Antonio é infeliz, mas meu gestual pode estar dizendo o contrário
Penetra no 1 nível e pode ampliá-lo. Estamos comunicando sobre um fotógrafo que fotografou um fotógrafo que está fotografando uma mulher que está olhando um quadro

Polissemia está baseada em que a minha interpretação não é a sua.

O grafite é solitário ou com poucas pessoas, o grafiteiro produz escutando música, é uma dança.
A arte temporária não tem mais a visão q a arte pode mudar o mundo. Tendência entrópica.

Conversação na sala sobre a exposição de grafites em galerias de arte:
Têm elementos piratas, de ladrões de grafites: um dono de galeria rouba um pedaço de grafite e coloca à venda na galeria.(é uma situação)
Há um lado de institucionalziação - toda a vanguarda quer destruir o museu. Significa q perdem sua força. Este tipo de mistura - alguém q cria uma coisa q é arte, mas não pode entrar em galeria de arte . O que é um grafite que está num museu?
O tipo de mudança da obra é linda. A obra depois de produzida é autônoma.
San Diego EUA - grafites q misturam de arte muralista mexicana, técnica afresco.

Aluno - O grafite na rua funciona como dispositivo na cidade.

O olhar da periferia é o olhar mais polifônico .

Public art, street art, arte metropolitana.

domingo, 26 de setembro de 2010

Metodologias etnográficas aplicadas

quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Metodologias etnográficas aplicadas
:
· Um livro – O Homem de areia  (Der Sandmann)  Ernst Theodor Amadeus Wilhelm Hoffmann 1815
· Um ensaio - O estranho – Freud
· As bonecas - a animação do inanimado, a penetração do vital no corpo do inorganico - tema do fetichismo em geral, fetichismo visuais.
 

Cidade polifônica
(variações sobre a figura da espiral, espiral como simbolo)
Saber - um tipo de racionalidade baseada sobre si mesmo.  Sabedoria - tipo de percepção sobre o q está acontecendo que une a dimensão racional com outras mais sensíveis.

La  Sapienzia
Francesco Borromini  (1599 – 1617)  arquiteto barroco  italiano introduz o movimento na arquitetura: prédio de La  Sapienzia – Roma.

        
torre espiral                      

 Tatlin's Tower
ou o Monumento à Terceira Internacional é um projeto de grande edifício monumental imaginado pelo russo artista e arquiteto Vladimir Tatlin, mas nunca construído. Foi planejado para ser erguido em Petrogrado (atualmente São Petersburgo), após a Revolução Bolchevique de 1917, como sede e monumento do Comintern (a  Terceira Internacional).
A espiral aqui é um símbolo perdido, pela metade.

tatlin-tower2


Wai Wai: artista chinês - escultura espiral montada em suporte flutuante  (alguém sabe onde posso encontrar a imagem?)

Leitura das imagens:
O poder do símbolo unifica.
A praça - lugar público, onde se cria a política, o centro, um espaço neutro.

O papel da perspectiva - relação da perspectiva com a cidade, a questão da ilusão, a arquitetura do barroco é baseada na ilusão.
Ilusão = jogo (latim) penetrar em um jogo onde tudo se mistura.A perspectiva - criar a ilusão / o espectador assume a perspectiva do pintor como se fosse a realidade / a fantasia que se cruza com a realidade.

Conceito de sociedade como articulação estratificada de classes sociais, tb contraposição ao Estado/ Estado tende a unificar / sociedade ( forças em tensão).

Cidade ≠ Metrópole

A cidade produz a dialética.
A dialética nasce no corpo da cidade, exprime a tensão entre duas forças, tem como elemento central a contradição / ter a capacidade de entender as contradições do movimento histórico / tese antítese sintese ( unificação) superação e conservação - a dialética não elimina as contradições.
Na praça (espaço público) cresce a dialética.
A cidade é uma harmonia, um choque dialético, ( forças que a cidade não consegue organizar com a política) a dimensão ideal tem uma força enorme.
Cidade: Conflito de trabalho, religioso e público.
A cidade : o coração da política, da dialética e da transformação.
1900 - vanguardas - enorme efervescência, período de paz mais longo da sua história (Europa).
40 anos de paz, desenvolvimento, riqueza.

Os futuristas - os primeiros que focalizaram a metrópole/
Deslocamento ( ? ) Baudelaire
Os futuristas adoravam a cidade / gostavam do movimento, da polifonia, simultaneaidade/
· o que está fora está dentro / a moldura enquadra
· a crise essencial é a simultaneidade - crise da perspectiva, colocar juntos elementos separados,
· polifonia - a metrópole não pode ser representada pela harmonia, a polifonia assume a dissonância = a política nunca mais vai criar uma utopia.
· futuritas nacionalistas - adoram as máquinas, a metralhadora, a guerra.
Uma colagem. Cultura, consumo, comunicação.

Sant' elia - futurista - a metrópole cresce vertical, a cidade cresce horizontal
Uma coisa fundamental, na metade de 1800, em Londres e em outras cidades européias, foi a realização d Exposição Universal - a mercadoria como unificação do mundo, a mercadoria é civilidade.
A mercadoria na fábrica produz alienação, o operário é reificado, transformado em coisa. Isto é conflito, dialética. A mesma mercadoria que produz alineação, conflito na fábrica, na exposição produz identificação, surge o cliente, o consumidor.

Ambiguidade

Mercadoria - poder de sedução, fetichismo, poder comunicacional.
Moda - relação entre moda e arte, para os futuristas a relação profunda.
Russolo : conceito de intronarumori, um novo tipo de música
Antes do futurismo - som harmônico
Futuristas introduzem ruído, desarmonia
A dialética não consegue penetrar com a mesma força do passado na desordem da metrópole, onde a produção  (a atividade produtiva) não é o centro, é forte, mas na metropole é um dos centros.

São Paulo
Sp não dava para interpretar com a dialética tradicional, colocando a produção no centro.
Um tipo de confusão comunicacional: a rua Augusta foi a minha professora, me ensinou a entender que uma escola pode estar ao lado de uma casa de prostituição, casas de sauna, hotel de 5 estrela. A loja da Kodak tinha a forma e a cor da kodak, o prédio loja era um fetiche arquitetônico. Irregularidades, perturbações. Poluição, trânsito.
A utilização do concreto, o poder da metrópole, criar um sentido de metrópole, o brutalismo concretista.
Um tipo de paralaxe pela beleza.
Sesc Pompéia - Lina Bo Bardi – romana: as janelas estéticas mudam o tempo o industrial.
O prédio do Mac Donald - como uma igreja medieval, no centro circular, como um hamburguer, ao lado uma torre com o logo.

Etnografia
O olhar estrangeiro tem a capacidade de percerber algumas coisas que quem está "acostumado" a certos códigos já não vê. O olhar estrangeiro é um tipo de metodologia baseado no conceito de estranho, de saber estranhar-se, eu preciso treinar  para perceber as mínimas diferenças, que aparentemente podem ter um sentido enorme.

A comunicação é baseada na diferença.

Treino
1 - focalizar as coisas mínimas
2 - experimentar um olhar oblíquo, perceber outros tipos de comunicação que a metrópole desenvolve. A metrópole é sempre um transição das coisas familiares às coisas estranhas
3 - Olhar as coisas mais familiares com esturpor, estranhamento, espanto.

A tela da metropole é um desafio.

Conceito de mapa
Mapa e território ::: composição e fieldwork
O mapa não coincide com o território - o critério é colocar no mapa as diferenças.  As diferenças produzem comunicação. As diferenças são indicadores. Coloco indicadores no mapa , um tipo de mapa que representa minha maneira de orientar-me e desorientar-me, causar estranhamento.
Aprender a me desorientar:  olhar o conhecido como estranho.
Bateson - comunicação é comunicação de diferença.
No mapa, descubro, crio, o território pela primeira vez
Cruzamento do familiar e estranho (Unheimlich).
O mapa final é uma constelação flutuante, temporária, parcial
Flutuante - não é rígido, flutuação dos códigos é metropolitano. Por isso cria angústia, medo, raiva.
Temporário::fluxo
Parcial - sempre é parcial, a verdade é parcial.
A leitura interpretativa de Sp produziu um desorientar.

Abandonar-se ao fluxo da metrópole.

Será que diferenças metropolitanas conseguem comunicar?
Abandonar-se à espontaneidade - a espontaneidade tem sempre uma relação com as regras.

Treino e metodologia
Os símbolos não estão parados, se misturam.
A cidade está virando cada vez mais um contexto onde a arte se performa.
Cada indicador trabalhei como um conto, a estrutura para retratar a metrópole nãopode ser apenas ensaista.
A etnografia é multidisciplinar, a polifonia mistura critérios narrativos, precisa de multiplicidade de vozes, pluralizar o conceitos é desafio, usando o plural a lógica vira as lógicas.
A escritura precisa de constante elaboração, elaborar escrituras diferenciadas.
Assumir que a maneira com q estamos acostumados a escrever é apena uma maneira.
Pluralizar as lógicas significa pluralizar escrituras.
Sp - um tipo de não -experiência.
A Street art modifica constantemente os processos da metrópole.
A cultura digital torna tudo mais complicado, transforma também a escritura.  A influência de um tipo de composição digital.
Tudo é polissêmico, a matriz da polissemia foi a metáfora - eu estabeleço uma relação incongruente entre uma coisa é um conceito / não é um relação imanente.

A imagem de Birronini não é polissemia, a escultura de Wai Wai é polissemia.
Surrealismo - criação de polissemia, polissêmico na sua imanência pois penetra elementos fluidos – erotismo. Criou um tipo de sensibilidade que é típica do mercado contemporâneo. Encadeamento de sentidos = cadeia semiótica.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

multividualitty

multividual
in-dividual
a-tomon
multividualitty


Individualidade - ser idêntico no contexto diferente.  A ideia que devemos ser sempre os mesmos independente do contexto em que estamos.
Malinovisk - diário pessoal revela a crise do conceito. A subjetividade de M se transformou. Não conseguiu manter-se idêntico em contextos diferentes.
É melhor tentar ser diferente em contextos diferentes do q tentar ser idêntico em todos os contextos.
Explorar a potencialidade de ter diferentes identidades que podem coabitar na mesma subjetividade. EUS. Um identidade flutuante. A identidade ñ pode ficar idêntica a si mesma.  
Os artistas podem nos ensinar muito sobre  isto.


Blow - up - Antonioni 1966
Transitividade Transitividade Transitividade Transitividade

De raízes a veredas 

Coco Fusco - Gomez Penha - from roots to routes
Performance: o que é falso, o q é verdadeiro. 


uma perturbação, uma provocação, uma subversão




Entrevista  com Coco Fusco e Gomez Penha


Orson Welles - Far a Fake 76

etnografia contemporânea baseada em um tipo de arte multividial tenta expressar esta questão.
A
 viagem etnográfica é um desafio a minha maneira de olhar, a minha cultura e tb a minha identidade. Por isso, viajar significa mudar minha identidade, colocá-la em crise. 
Colocar em crise a minha certeza. 
A identidade não pode ficar tranquila, precisa arriscar a perda parcial de fragmentos de identidades. 
Um conceito flexível de identidade, híbrido.

Cindy Shermann 





Assumir/incorporar estereótipos de gênero para destruí-los
Pós feminismo.
Um jogo de identidades que reflete sobre a condição das mulheres.
A força do estereótipo feminimo parece q nunca acaba



Orlan
Assumir/incorporar identidades outras para se multiplicar.
Fez uma performance global de cirurgia plástica.


Interferências no próprio corpo.
Projeto: ataque à identidade.Como referência: a história inteira das mulheres, digitalmente cria misturas da imagem dela com outras.


Orlan do outro lado do espelho - Eunice Gonçalves Duarte




Sophie Calle
A escritura fotográfica  da solidão. Viajante pelo amor perdido, 
sutil e dramático. Luto amoroso. Contrata um investigador para segui-la  e registrar seus movimentos.



Inspira Paul Auster  a escrever uma obra::Transitividade