domingo, 26 de setembro de 2010

Metodologias etnográficas aplicadas

quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Metodologias etnográficas aplicadas
:
· Um livro – O Homem de areia  (Der Sandmann)  Ernst Theodor Amadeus Wilhelm Hoffmann 1815
· Um ensaio - O estranho – Freud
· As bonecas - a animação do inanimado, a penetração do vital no corpo do inorganico - tema do fetichismo em geral, fetichismo visuais.
 

Cidade polifônica
(variações sobre a figura da espiral, espiral como simbolo)
Saber - um tipo de racionalidade baseada sobre si mesmo.  Sabedoria - tipo de percepção sobre o q está acontecendo que une a dimensão racional com outras mais sensíveis.

La  Sapienzia
Francesco Borromini  (1599 – 1617)  arquiteto barroco  italiano introduz o movimento na arquitetura: prédio de La  Sapienzia – Roma.

        
torre espiral                      

 Tatlin's Tower
ou o Monumento à Terceira Internacional é um projeto de grande edifício monumental imaginado pelo russo artista e arquiteto Vladimir Tatlin, mas nunca construído. Foi planejado para ser erguido em Petrogrado (atualmente São Petersburgo), após a Revolução Bolchevique de 1917, como sede e monumento do Comintern (a  Terceira Internacional).
A espiral aqui é um símbolo perdido, pela metade.

tatlin-tower2


Wai Wai: artista chinês - escultura espiral montada em suporte flutuante  (alguém sabe onde posso encontrar a imagem?)

Leitura das imagens:
O poder do símbolo unifica.
A praça - lugar público, onde se cria a política, o centro, um espaço neutro.

O papel da perspectiva - relação da perspectiva com a cidade, a questão da ilusão, a arquitetura do barroco é baseada na ilusão.
Ilusão = jogo (latim) penetrar em um jogo onde tudo se mistura.A perspectiva - criar a ilusão / o espectador assume a perspectiva do pintor como se fosse a realidade / a fantasia que se cruza com a realidade.

Conceito de sociedade como articulação estratificada de classes sociais, tb contraposição ao Estado/ Estado tende a unificar / sociedade ( forças em tensão).

Cidade ≠ Metrópole

A cidade produz a dialética.
A dialética nasce no corpo da cidade, exprime a tensão entre duas forças, tem como elemento central a contradição / ter a capacidade de entender as contradições do movimento histórico / tese antítese sintese ( unificação) superação e conservação - a dialética não elimina as contradições.
Na praça (espaço público) cresce a dialética.
A cidade é uma harmonia, um choque dialético, ( forças que a cidade não consegue organizar com a política) a dimensão ideal tem uma força enorme.
Cidade: Conflito de trabalho, religioso e público.
A cidade : o coração da política, da dialética e da transformação.
1900 - vanguardas - enorme efervescência, período de paz mais longo da sua história (Europa).
40 anos de paz, desenvolvimento, riqueza.

Os futuristas - os primeiros que focalizaram a metrópole/
Deslocamento ( ? ) Baudelaire
Os futuristas adoravam a cidade / gostavam do movimento, da polifonia, simultaneaidade/
· o que está fora está dentro / a moldura enquadra
· a crise essencial é a simultaneidade - crise da perspectiva, colocar juntos elementos separados,
· polifonia - a metrópole não pode ser representada pela harmonia, a polifonia assume a dissonância = a política nunca mais vai criar uma utopia.
· futuritas nacionalistas - adoram as máquinas, a metralhadora, a guerra.
Uma colagem. Cultura, consumo, comunicação.

Sant' elia - futurista - a metrópole cresce vertical, a cidade cresce horizontal
Uma coisa fundamental, na metade de 1800, em Londres e em outras cidades européias, foi a realização d Exposição Universal - a mercadoria como unificação do mundo, a mercadoria é civilidade.
A mercadoria na fábrica produz alienação, o operário é reificado, transformado em coisa. Isto é conflito, dialética. A mesma mercadoria que produz alineação, conflito na fábrica, na exposição produz identificação, surge o cliente, o consumidor.

Ambiguidade

Mercadoria - poder de sedução, fetichismo, poder comunicacional.
Moda - relação entre moda e arte, para os futuristas a relação profunda.
Russolo : conceito de intronarumori, um novo tipo de música
Antes do futurismo - som harmônico
Futuristas introduzem ruído, desarmonia
A dialética não consegue penetrar com a mesma força do passado na desordem da metrópole, onde a produção  (a atividade produtiva) não é o centro, é forte, mas na metropole é um dos centros.

São Paulo
Sp não dava para interpretar com a dialética tradicional, colocando a produção no centro.
Um tipo de confusão comunicacional: a rua Augusta foi a minha professora, me ensinou a entender que uma escola pode estar ao lado de uma casa de prostituição, casas de sauna, hotel de 5 estrela. A loja da Kodak tinha a forma e a cor da kodak, o prédio loja era um fetiche arquitetônico. Irregularidades, perturbações. Poluição, trânsito.
A utilização do concreto, o poder da metrópole, criar um sentido de metrópole, o brutalismo concretista.
Um tipo de paralaxe pela beleza.
Sesc Pompéia - Lina Bo Bardi – romana: as janelas estéticas mudam o tempo o industrial.
O prédio do Mac Donald - como uma igreja medieval, no centro circular, como um hamburguer, ao lado uma torre com o logo.

Etnografia
O olhar estrangeiro tem a capacidade de percerber algumas coisas que quem está "acostumado" a certos códigos já não vê. O olhar estrangeiro é um tipo de metodologia baseado no conceito de estranho, de saber estranhar-se, eu preciso treinar  para perceber as mínimas diferenças, que aparentemente podem ter um sentido enorme.

A comunicação é baseada na diferença.

Treino
1 - focalizar as coisas mínimas
2 - experimentar um olhar oblíquo, perceber outros tipos de comunicação que a metrópole desenvolve. A metrópole é sempre um transição das coisas familiares às coisas estranhas
3 - Olhar as coisas mais familiares com esturpor, estranhamento, espanto.

A tela da metropole é um desafio.

Conceito de mapa
Mapa e território ::: composição e fieldwork
O mapa não coincide com o território - o critério é colocar no mapa as diferenças.  As diferenças produzem comunicação. As diferenças são indicadores. Coloco indicadores no mapa , um tipo de mapa que representa minha maneira de orientar-me e desorientar-me, causar estranhamento.
Aprender a me desorientar:  olhar o conhecido como estranho.
Bateson - comunicação é comunicação de diferença.
No mapa, descubro, crio, o território pela primeira vez
Cruzamento do familiar e estranho (Unheimlich).
O mapa final é uma constelação flutuante, temporária, parcial
Flutuante - não é rígido, flutuação dos códigos é metropolitano. Por isso cria angústia, medo, raiva.
Temporário::fluxo
Parcial - sempre é parcial, a verdade é parcial.
A leitura interpretativa de Sp produziu um desorientar.

Abandonar-se ao fluxo da metrópole.

Será que diferenças metropolitanas conseguem comunicar?
Abandonar-se à espontaneidade - a espontaneidade tem sempre uma relação com as regras.

Treino e metodologia
Os símbolos não estão parados, se misturam.
A cidade está virando cada vez mais um contexto onde a arte se performa.
Cada indicador trabalhei como um conto, a estrutura para retratar a metrópole nãopode ser apenas ensaista.
A etnografia é multidisciplinar, a polifonia mistura critérios narrativos, precisa de multiplicidade de vozes, pluralizar o conceitos é desafio, usando o plural a lógica vira as lógicas.
A escritura precisa de constante elaboração, elaborar escrituras diferenciadas.
Assumir que a maneira com q estamos acostumados a escrever é apena uma maneira.
Pluralizar as lógicas significa pluralizar escrituras.
Sp - um tipo de não -experiência.
A Street art modifica constantemente os processos da metrópole.
A cultura digital torna tudo mais complicado, transforma também a escritura.  A influência de um tipo de composição digital.
Tudo é polissêmico, a matriz da polissemia foi a metáfora - eu estabeleço uma relação incongruente entre uma coisa é um conceito / não é um relação imanente.

A imagem de Birronini não é polissemia, a escultura de Wai Wai é polissemia.
Surrealismo - criação de polissemia, polissêmico na sua imanência pois penetra elementos fluidos – erotismo. Criou um tipo de sensibilidade que é típica do mercado contemporâneo. Encadeamento de sentidos = cadeia semiótica.

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