quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Um conto – Der Sandmann

Etnografia aplicada

- E.T.A. Hoffman 1800 – Der Sandmann – O homem da areia. Rio de Janeiro: Rocco.1986. Coleção Novelas Imortais.
- Freud 1900 –  Unheimlich (1919) -  O Estranho. In FREUD, S. Obras Completas. Tradução de Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 1985, v.12.
- Fetichismos 2000

3 séculos conectados pela leitura etnográfica

Sobre Hoffmann  (1776 – 1822).
Ele tinha um elemento muito antecipador. Não tinha uma formação única. Teve várias experiências profissionais: jurista, dramaturgo, ator de teatro, contista, caricaturista.
Trabalhou muito na relação entre as dimensões psicológicas e jurídica. Seu contexto histórico é significativo:
- nascimento da era industrial: revolução industria, primeiras fábricas, o capitalismo cada vez mais forte na europa,
- a questão do duplo tem como elemento significativo por um lado, uma tradição muito antiga, arcaica, na Europa. Ao mesmo tempo, a reprodutibilidade do duplo. O capitalismo, em sua maneira diferente de trabalhar, em que uma mercadoria é igual à outra, elimina o individual e o artesanal.
A relação entre o artesão e o artista. (como era antes da produção em série, da fábrica)  _______?___: um lugar em q o artista e seus aprendizes moravam e trabalhavam. Cada vez que produz, o artesão faz uma obra. A divisão do trabalho é uma característica do capitalismo, cada um faz uma parte.
Alienação – o produto do trabalho se apresenta como uma potência estranha (a mercadoria) e se reproduz de uma maneira sempre igual (o duplo). O produto final não pertence à experiência do trabalhador.
Esta dinâmica de produzir sempre igual causou um impacto profundo.

a mercadoria é um fetiche

A relação objeto e sujeito se transforma pelo contrário, o que é morto vira vivo e o que vivo é apresentado como morto, como um objeto. (uma circularidade)
Na primeira metade do 800 esta questão é presente. Às vezes, um escritor com a literatura pode apresentar uma questão que será hegêmonica. Apresenta indiretamente. A arte tem esta capacidade tranfigurativa, que transforma… a figura muda de contexto e tb de forma narrativa .
H tem esta capacidade de transfigurar o problema. Outra caracteristica de H : era antimilitarista. Fazia caricaturas críticas sobre o exército. Uma personalidade anárquica.
1817 – na Europa estamos na Restauração. Não é causual que H escreva este conto.
Um período caracterizado pela expansão do capitalismo e pela Restauração.

a capacidade transfigurativa da arte



O conto

Inicia com estilo epistolar.

Personagens:
Natanaelo herói


Schwarzkogler

RUDOLF SCHWARZKOGLER (1940 – 1969) / Activismus


A crueldade contra si mesmo        65-schwarzkogler-s



Criar ligações entre Natanael ( sua personalidade psicologicamente frágil) e expressões atuais.
Criar conexões. Montagem cria uma ponte subjetiva, Schwarkogler tem como ponto perturbativo o olhar, tb Sandamann tem como elemento fundamental os olhos.




A arte tem a capacidade de controlar um problema q se transforma em outro – sublimação.
O conceito de sublime nasce neste período. Algo q ao mesmo tempo é maravilho e cruel, cria um espanto.
A experiência que N conta é comum, qualquer pessoa pode ter uma experiência semelhante. Num tipo frágil a experiência pode ser marcante. É como se a adolescência estivesse presente no adulto. A fragilidade transforma uma experiência comum num problema psicológico.


É um duplo, um esquizóide. duplo


Clara
A potência iluminista da racionalidade. A questão do iluminismo não é uma questão francesa. Na Alemanha, com Kant tinha um ponto alto desta questão teórica.


clara yotsuya-simon-   http://www.super-deluxe.com/2008/05/10/ 
Dolls  - Simon Yotsuda

Porque esta imagem:
- uma boneca q tenta camuflar seu poder de sedução, representa a dialética do esclarecimento.
- a boneca tem elementos fundamentais de fetichismo :: o corpete, sedução ambígua que continua a produzir e reproduzir a relação com homens, mulheres, crianças.

O tipo de racionalidade iluminista não conseguem eliminar a angústia, um desiquilíbrio, o discurso racional não resolve. A racionalidade pura não consegue iluminar as trevas que moram dentro de uma pessoa, sua dimensão psicológica.

Adorno/ Horkheimer :: o tipo de racionalidade ocidental: ler A dialética do esclarecimento.
Ratio: a racionalidade positiva tenta controlar a natureza , assume como inimigo mortal a irracionalidade, a superstição, e vira por sua vez irracionalidade. Tende a se transformar no seu contrário.
Exemplo : Alemanha, país da filosofia clássica vira seu contrário com o nazismo. Um tipo de racionalidade baseada sobre o mito de que a força da cultura grega revivia na Alemanha. Este tipo de mitologia inverte a razão ao contrário.

Carta de Clara – aqui a psicanálise freudina é presente. Antecipador. H é a personificação da dialética do esclarecimento. Tem a capacidade de penetrar nos aspectos mais obscuros, de se abandonar.

Olímpia
A boneca mistura o que é vivo e o que é morto.


doll bellmer                      hans,bellmer

Dolls - Hans Bellmer  (1902 – 1975)
Dadaista, anárquico, dissolutivo, sua arte é muito baseada em bonecas descontroladas, sem harmonia corporal, como se tivessem um corpo desordenado. Desenhou a obra de Baitaille – A história dos olhos.

Porque uma boneca de Bellmer :
- o tipo de desarticulação é uma crítica à beleza baseada na simetria. A destruição da simetria acontece junto com a destruição da perspectiva. (Picasso, entre outros)
- os olhos são parados,  mas têm movimento interior. Meu problema (questão, interesse) é descobrir este tipo de movimento no olhar parado. Uma tristeza, alguma coisa q fugiu.


O pai
O pai é a figura central da autoridade, tem elementos de duplicidade. Sua morte cria elemento compulsivo de culpa em Natanael, como se N tivesse participado indiretamente da morte do pai, fica fixado, relaciona a morte violenta do pai com o conto terrificante da mãe.

( imagem : morfing de um frasco de perfume de Moschino com um corpo másculo.)

Na imagem o atrator fica bem localizado. Um tipo de figura paterna que representa um poder e um ambiguidade.

Um morfing – cultura digital, não é colagem, a colagem é colocar dois códigos que não tem relação nenhuma e criar uma outra coisa. Morfing = herdeiro da colagem, joga com a citação de uma colagem


Coppelius/ Copolla

(imagem  morfing misto de homem e animal, um lobo talvez.)

Figura estranha que penetra na casa de Natanael e tem um nome italiano. Em muitos histórias alemãs o estranho é um italiano.

Wanderer – uma pessoas que viaja, q não consegue ficar, uma crítica contra o industrialismo nascente e contra a lógica positiva. (andarilhos)

Sobre as conexões

As imagens apresentadas são 5 tipos de configurações.
Relações por analogia – se faço uma pesquisa no passado sempre quero fazer uma pesquisa no presente. Crio um diálogo entre Hoffmann, Freud, em parte Marx, em parte o que está acontecendo na contemporaneidade.

Olímpia é viva, a boneca é uma experiência de contemporaneidade.  Natanael é vivo tb: um tipo de fragilidade psicológica, um trauma que é vivido na infância e na adolescência q não é resolvido. Isto é normal . Ele exprime um tipo de anormalidade normal.
Clara é tb contemporânea, com este tipo de comportamento q procura iluminar com a racionalidade reducionista, q não funciona, funciona por pouco tempo, mas depois entra em crise.
A figura paterna mudou, este tipo de figura paterna é muito autorirtária. As análises desde Frankfurt mostram a decadência da figura paterna. É o menos atual dos personagens.
Copellius – a dimensão de um tipo de ciência, de um cientista mau, é muito difundo na cultura popular.

A crítica de Adorno à racionalidade ainda não foi devidamente comprendida. A ciência não se socializa, por muitos motivos. A dificuldade da ciência de dar um tipo de formação na vida cotidiana não funciona. É muito mais fácil um tipo de explicação mitológica e irracional. Alguns elementos da vida cotidiana: morte, doença, amor não pode ser baseados em algum tipo de racionalidade. Por isso não é causal o crescimento de um tipo de curandeiro, das religiões que reproduzem sistemas muito autoritários, irracionais, antidarwinianos.

A antropologia tenta apresentar novamente as perguntas que normalmente se faz: o sentido da vida, da morte, o amor, como enfrentamos e tentamos resolver. Sou totalmente convicto q cada un de nós enfrenta sua fragilidade interna. Como tudo isto se transfigura na epistemologia, se tem alguma que inclua dimensão estética, mitológica. Mito é parte de nossa vida, eu preciso dialogar com elementos míticos dentro de mim e fora de mim.

Autômatos – capacidade de movimento na propria interioridade. O autômato tem interioridade.


pinochio


Pinóchio, Pigmalião
Um dos desejos da arte é transformar coisas em vida. O feticihismo é uma tentativa de transformar o que é morto em vida. Coisas que parecem vivas, os autômatos têm movimento dentro de si, uma mecânica, é orgânico e inorgânico, bonecas de cera. Está presente não só na cultura ocidental

Metrópolis - Fritz Lang
Frankestein – queria amor
Casanova -  Fellini
Buñuel – elaboração de fetichismo.
Uma visão de uma antropologia que não é antropocêntrica envolve animais, plantas.

o fetichismo cruza mercadoria e mito


Petrificação    Reificação    Alienação


(alienação  é especificamente capitalista)
Fetichismo é body-corpse

Walter Benjamim queria libertar de uma condição morta, o conceito de utilidade é uma forma de controle.

Fotografias de bonecas - o olhar das bonecas é uma mistura de esturpor e espanto, a boneca tem a capacidade de favorecer uma montanha de interpretações. Um fragmento de boneca que tem sua fragilidade quebrada  é a utopia de livrar as coisas da autoridade, do passado, ter um relacionamento com as coisas, diferente, trasnfigurado. Livrar as coisa de ser simplesmente útil.
Elemento libertário de fetichismo: metaformose

Natanael – Alienaten


A alienação de Nataniel é dupla, seja psicológica , seja no trabalho. O verdadeiro duplo não é idêntico. O duplo é autônomo do original.


duplo - shinoyama-yotsuya-simon-pygmalionisme-07

DUPLO MERCADORIA FETICHE AMBIGUIDADE MITO

domingo, 3 de outubro de 2010

corpo, tecnologia, art

16.09.2010
A tecnologia é percebida como um instrumento que se agrega ao corpo. Tecnologia como prótese. Esta visão de tecnologia como prótese pode ter funcionando no passado, mas hoje não funciona.
Hoje a tecnologia  penetra no corpo.  Particularmente a tecnologia digital. Foi legitimada em Kassel Post Human 94.


Por pós- humano compreende-se  que uma pessoa não é mais determinada pelas características  clássicas (orgânicas) mas por um tipo de hibridização.

A identidade pós humana é uma subjetividade expandida por um cruzamento digital.



O conceito precisa pensar o problema da individualidade. O antigo dualismo humana exatas tb não funciona. Transitividade.


torres-islandia--divulgacao


O escritório norte-americano COI + Shine foi o vencedor do prêmio da Boston Society of Architects Unbuilt Architecture deste ano, divulgado nesta semana. O projeto, chamado "Terra dos Gigantes", propõe estetizar as torres de transmissão da companhia de energia da Islândia, na Europa.



 Nam June Paik -  Movimento Fluxus


paik
Sobre o que medita buda? Será q ele sabe q é ele mesmo  refletido?
A própria corporalidade é uma ilusão. O que é ilusão? Mito de narciso.

Foi o primeiro a criar um tipo de evento q podemos dizer global - uma dimensão de global é q através da tecnologia o espaço e o tempo não tem aquela divisão q tinha. O global muda a relação espaço tempo. Pela primeira vez um evento q não tinha a metropole como referência, tinha a tecnologia.






Charlotte Moorman - Movimento Fluxus





David Cronemberg
Videodrome  lançado em 84 ( Kassel chega dez anos depois) um filme sobre cruzamento de humano e tecnologia





Videodrome  (trailer

Zaha Hadid
Arquiteta anglo iraniana,  formas inovadoras, um tipo de design  q mistura fashion e arquitetura. O espaço arquitetônico é movimentado, um movimento estético.

zaha-abu-dhabi1                            zaha-abu-dhabi2


Lady Gaga
Cria um tipo de mistura diferente de Madona , além da dimensão pop, cita Madona e cria um tipo de fashion que  a música  é interconectada ao corpo dela. É como se a música se pudesse escutar olhando a roupa dela. Um tipo de simetria.



TRANSITIVIDADE    PÓS HUMANO   HÍBRIDO  


sábado, 2 de outubro de 2010

tempory art


Clemente Susini 
Um tipo de cruzamento transdisciplinar desde o início - Iluminismo.
Por motivações pedagógicas, estava estudando a anatomia do corpo humano, começou  a criar bonecas.
Arte e ciência estão interligadas - a distinção entre as duas reforça uma limite de nossa cultura, Susini cria bonecas de cera, estudos de anatomia e arte.



Nele Azevedo


  temporário::flutuante, não cria uma revolução, os projetos não duram

Referência  do conceito temporário: Hakin Bay  //  Zonas Autônomas Temporárias
Entrevista com Hakim Bey na High Times Magazine

É temporário o que está no fluxo da metrópole.

Não existe uma única matéria para criar uma obra de arte - a materialidade muda tb por outro motivo,  q é tb muito contemporâneo - a relação entre materialidade::imaterialidade, dualismo colocado em crise.
A liquificação de uma obra é tb sua destruição. Conceito de líquido, coisa flutuante, não é uma identidade clara.

A dimensão líquida está no fluxo do temporário.

Metamorfose
O processo de metamofose é a obra, obra de arte processual, a obra não tem significado em si.
Em Nele, a obra que é reproduzível vira irreproduzivel - bonecas de gelo feitas em formas, mas q derretem, desmancham.
Mistura cultura urbana e comunicação digital.
A metamorfose é o destino da obra de arte. A metamorfose  é metafísica - uma física que se metamorfisa.
Outro aspecto: a relação com as pessoas. A pessoa não fica de fora. Pode entrar na cena da arte.
Harmonia
Não há harmonia. A matriz grega - a beleza é o bem, neste tipo de arte tudo isto morre. Cada estátua de gelo  é desarmônica, e por ser  desarmônica dá um sentido de temporalidade.
O que é público: na modernidade tinhamos clareza sobre a dialética público - privado. Um conflito. A praça é um espaço típico deste conflito. A cidade moderna é baseada neste tipo de conflito.
Public art não está relacionada a este conceito de público (com esse conflito). Na metrópole contemporânea há uma confusão entre os conceitos público - privado.
Novo conceito de público, Publicidade. Publicidade::comunicação
A diferença entre público e privado. A mestiçagem de público e privado está criando um novo desafio, conflito para as ciências sociais e tb para os artistas.
Tempory Art

A experiência da morte como metamorfose é presente.
É dramático, leve.

etnografia aplicada


DEPERO 
Fortunato Depero ( 1892 - 1960)  pintor futurista , escritor, escultor e designer gráfico.
20071223-Bitter Campari (Jester lg), 1921       campari 1 

A relação entre publicidade, música, arquitetura e cinema: CUMPLICIDADE
Crescimento da dimensão fetichista - o corpo. Penetrar na proliferação dos fetichismos visuais contemporâneo é o desafio da clínica .

Obras em que a metrópole pulsa

Anihs-Kapoor
anish

Kapoor: "A dimensão de suas esculturas, explica, tem tudo a ver com os seus significados e nada com a tradição. “Democracia pede outro tipo de atitude, outro tipo de arte, não a dos heróis, dos grandes portais”, afirma.  “Trabalho o espaço, não como Brancusi (escultor italiano modernista) cujo espaço era a representação política do progresso do século 20, mas o espaço ligado ao momento íntimo do processo artístico”. (http://tinyurl.com/2g4x344)

 L Spuybroek



DtowerNOX

A torre-D interactiva colorida de vermelho indicando que o
 amor é a emoção mais intensamente experimentada nesse momento.
 Doetinchem, Holanda.


É uma sensibilidade nova.

Nam june paik
paik
TV Buddha (1974) Closed Circuit video installation with bronze sculpture

TV CelloTV cello

more the better
Quanto mais melhor, (1988) Três instalação de vídeo de canal com 1.003 monitores
 e estrutura de aço, cor, som, aprox. 60 m. de altura.


Public art - o público não é espectador

Eu crio um elemento temporário e a reação do público faz parte da obra. É performática.



Grafite
Um grupo de afroamericanos coloca  a própria  identidade mutante para transformar todo o tecido da metróple. Tinha a capacidade de comunicar a vida de um tipo de juventude que não era comunicado.
Um tipo de sensibilidade, de tendência que não era minoritária, uma minoria não minoritária, enfrentando alguns elementos da condição de juventude.
A experiência de uma metrópole q te coloca à margem - a marginalização vira a condição para criar um momento q não é marginal. A metrópole contemporânea mistura centro e periferia, é como mancha de leopardo, se movimenta, flutua. Os locais podem se transformar em periféricos e centrais.
Flutuação
Os grafiteiro iniciais não estão matando uma identidade mas criando uma nova identidade, um florecer de identidades. Um artista flutua em suas dentidades
Uma dimensão cultural mais aberta acontece em vários locais do mundo, não é apenas étnico, identitário.
A metrópole é produzida, uma produção q não é só material, é comunicacional, uma mistura de material e imaterial.

Street art 

Blu
 
Cria em fábricas desativadas (pode vir a ser fábrica de novo). Não é mais grafite, não utiliza apeans spray, utiliza a pintura digital. Temporária
O digital é temporário - desaparece.

COMBO a collaborative animation by Blu and David Ellis (2 times loop) from blu on Vimeo.

blu1
Como uma criança deformada - uma criança velha, que cresceu demais.

Metrópole  Comunicacional    Flutuação     Fluxo      Pulsação 

Sobre a experiência etnográfica 

A primeira experiência: conhecer a metrópole, escolher uma parte (área) q tenha a potencialidade metamórfica. Nosso olhar pode transformar, isto é uma sensibilidade q dá para aprender. Tb posso escrever sobre isto (sobre a experiência), não há uma única linguagem para expressar a experiêcia etnográfica.
Significa entender lugares metamórficos e interstícios = lugares q estão in between, pode ser temporário, onde alguma subjetivida está criando uma experiência. O interstício é onde se experimenta algumas coisas que tem uma amplitude de experiência. 
Entender onde fica o interstício. Recusar a experiência mainstream da contemporaneidade. É marginal mas não é zona de exclusão. Pode ser temporário. Raves são totalmente temporárias. Grupos minoritários como a juventude q criaram uma sensibilidade metropolitana.

É marginal mas não é zona de exclusão.
A pesquisa não reproduz a realidade.
Carpinteiro por profissão e artista nas horas vagas, Dalton Ghetti esculpe na ponta do lápis desenhos quase imperceptíveis e delicados, mas, com um significado imenso.

     dalton-ghetti-amazing-pencil-art-5_9Aavk_11446          dalton-ghetti-amazing-pencil-art-4_El99V_11446
       
 Sandrine Estrade Boulet
As coisas se transformam em outras coisas. Os artistas nos ensinam q cada elemento pode ser outro, nada é fixo.

carnac   sandrine
Polifônica e polissêmica .

Metrópole comunicacional    Flutuação     Fluxo      Pulsação 

Sobre o estupor

(Imagem – fotografia de uma mulher em estado de estupor diante de obra de Modigliani)
Modigliani - não utiliza a perspectiva, influência da pintura japonesa e arte africana.

A beleza do corpo humano provoca estupor no espectador. A corporalidade no estupor é baseada na porosidade, o corpo inteiro se abre para se penetrar, ser penetrado pela obra de arte. Um movimento em parte espontâneo, o estupor abre o corpo para o que é estranho, o q não pertence a sua própria visão.
O corpo é posicionado em relação ao que é estranho, ao que está fora, está fora da experiência do sujeito, este radicalmente outro, o sujeito se abre porque é posicionado sobre o desejo. Isto é desejar o desconhecido.
O preconceito acontece porque não se conhece o outro. No  estupor eu posiciono meu corpo em relação ao estranho como desejo -  é uma zona liminal (de limite), onde eu sou ainda o que fui, mas o q está acontecendo está me invadindo. A zona liminal é o momento mais delicado, o rito de iniciação de muitas culturas: uma parte da minha experiência é certa (conhecida por mim), mas estou virando outro.

A zona liminal é um espaço/tempo de suspensão.


Se tenho um desejo sobre o estranho, eu posso …
Um minuto depois acontece a mudança de identidade .
A obra de arte não permite q eu fique o mesmo, é um desafio que te leva além, um território desconhecido.
É perturbativa, te coloca em crise.

Observar como se fosse a primeira vez.

Estupor - eu me coloco na frente da obra como se fosse a primeira vez, restabelecer uma ligação liminal, solitário, na minha radical autonomia em frente de outra autonomia, a subjetividade da obra está na minha frente.
A arte não pode virar escola- um desafio dramático do artista que tem q ir além da obra criada. O mesmo acontece com o conhecimento:  uma grande verdade deve ser criticada.
Nada fica parado. A obra de arte modifica a identidade porque é incorporada.

Na minha absoluta solidão eu me coloco no estupor.


Cena  ( leitura da foto)  Dimensão metacomunnicacional
1 nível - tela
2 nível - mulher olhando - metacomunciação
3 nível o fotógrafo que parece fotografando a mulher meta /metacomunicação
4 nível o fotgrafo que fez a foto
5 nível - nós olhando a fotografia

Níveis diferenciados que se sobrepõem 
O fotógrafo (3 nível) é um ladrão de imagem - não está posicionado sobre o estupor.
Dimensão metacomunicacional:   comunica sobre oa comunicação, na metacomunciação eu posso dizer q Antonio é infeliz, mas meu gestual pode estar dizendo o contrário
Penetra no 1 nível e pode ampliá-lo. Estamos comunicando sobre um fotógrafo que fotografou um fotógrafo que está fotografando uma mulher que está olhando um quadro

Polissemia está baseada em que a minha interpretação não é a sua.

O grafite é solitário ou com poucas pessoas, o grafiteiro produz escutando música, é uma dança.
A arte temporária não tem mais a visão q a arte pode mudar o mundo. Tendência entrópica.

Conversação na sala sobre a exposição de grafites em galerias de arte:
Têm elementos piratas, de ladrões de grafites: um dono de galeria rouba um pedaço de grafite e coloca à venda na galeria.(é uma situação)
Há um lado de institucionalziação - toda a vanguarda quer destruir o museu. Significa q perdem sua força. Este tipo de mistura - alguém q cria uma coisa q é arte, mas não pode entrar em galeria de arte . O que é um grafite que está num museu?
O tipo de mudança da obra é linda. A obra depois de produzida é autônoma.
San Diego EUA - grafites q misturam de arte muralista mexicana, técnica afresco.

Aluno - O grafite na rua funciona como dispositivo na cidade.

O olhar da periferia é o olhar mais polifônico .

Public art, street art, arte metropolitana.